terça-feira, fevereiro 23

RESPONSABILIDADE

"TU TE TORNAS ETERNAMENTE RESPONSÁVEL PELO QUE CATIVAS", já dizia Antoine de Saint-Exupéry no Livro "O Pequeno Príncipe".
Fico refletindo sobre esta frase e chego, algumas vezes, a concordar com ela. Mas, será isso justo?
Por tantas vezes cativamos alguem sem ter conciência disso.
Apenas as conquistamos.
Mas, e se não houver reciprocidade?
Como fazer para ter a dita responsabilidade?
Nos meus tempos idos, de menina, eu vivi isso, enúmeras vezes.
Havia um menino lindo, que passava as madrugadas, sentado com seu enorme cão, na calçada, em frente a minha casa, olhando fixamente para a minha janela, esperando que eu fosse abrí-la. Fato que nunca aconteceu.
Eu ficava olhando para ele também, do lado de dentro, escondida atras da cortina, com o coração cheio de dor.
Não adiantava eu conversar com ele. Pedir que não mais fizesse isso.
Era inútil. Na próxima madrugada, lá estava ele com seu cachorro e com o coração cheio de esperanças.
Ele, sem perceber, me ensinou a ser perseverantemente inquieta.
Será mesmo que fui responsável pelo que ele sentia?
Pela esperança que ele guardava em sim ou pelo desamor que eu posso ter causado nele?
Essa dúvida ainda me aflige...

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