sexta-feira, setembro 16

borboletas


E daí você vai perguntar: É isso o amor?
É sim. É o amor.
É meio ponto.
É meio toque.
É meio espaço.
É o amor.
Loucura ingênua esse tal amor representa.
Nos ilude com contos e encontros e depois sai ileso, faceiro, para enganar outras ex-criancinhas que precisam desse conto para viver mais um ponto.
Para imaginar que cresceram antes de completarem uma vida inteira.
E por aí, sem contar, vamos trazendo à tona nossa velha mania de ser feliz.
E ele. O danado do amor nos vira do avesso, libertando a borboleta esquecida lá dentro do peito que anseia por voar.
E não é que a danada voa?
É . Voa.
Absoluta em plena madrugada. Debruçada de coloridas asas, na janela da alma, que pulsa desesperada por um pouco de carinho.
E voa até encontrar um meio-menino-meio-homem que encarne a façanha de oferecer a vida numa bandeja de prata. Alí. Do nada.
Mostrando que voar é preciso.
É vital.
É o amor.
O tão sonhado. Esperado. Salve-salve, amor!
E basta!
Vou dormir agora,  antes que o dia se faça e me encontre sozinha, nesta janela, brincando de ser poeta!

segunda-feira, maio 9

Ah! É assim?

Então tá!
Vou sair por aí com minha imensa mala vazia, colhendo amores.
Amores finos com etiquetas caras e também amores vagabundos encontrados na sarjeta.
Amores esquecidos em fundas gavetas.
Amores dos filmes e das estórias da carochinha.
Amores coloridos e pulsantes, de carnaval.
Amores de gala, de bacanal.
Amores de uma vida inteira. Amores de uma noite só.
Amores que nem duram um entardecer.
Amores de verão. Amores de todas as estações.
Amores que vem e vão!
Amores de sonhos bons e outros de puro pesadelo.
Amores doces e amargos.
Amores que caprixam no modelito e outros que nem roupa põem!
Amores que nos fazem loucuras e outros e nos fazem bem!
Vou lotar minha mala com estórias de amor até que um dia, cansada de colher, vou viver um grande, profunfo e imenso amor!

quarta-feira, janeiro 26

O LADO DE DENTRO



Recebi esse texto de uma amiga me despertando para olhar pra dentro de mim. Rever conceitos criados e ilusões alimentadas pelo orgulho e vaidade pela eterna busca da felicidade

Eis o texto:
"O VALOR DAS COISAS:
O Dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua:
- Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o Senhor tão
bem conhece.
Poderá redigir o anúncio para o jornal?
Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu:
"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os
Pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por
cristalinas e marejantes águas de um ribeiro.
A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranqüila das tardes,
na varanda".
Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia
vendido o sítio.
- Nem pensei mais nisso! Disse o homem.
Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha !

Às vezes não descobrimos as coisas boas que temos conosco
e vamos longe atrás da miragem de falsos tesouros.
Valorize o que Tens, as Pessoas, os Momentos....
Tudo aquilo que "DEUS te deu sendo muito ou pouco

Infelizmente, não poderei dar os créditos pois não sei quem o escreveu!

E assim, segui fazendo minhas reflexões. 
Difícil chegar a uma certa idade, onde sua bagagem à respeito da vida, vale ouro. E mesmo assim não saber quem somos.
Difícil olhar pra dentro da gente e perceber que anda fazendo tudo errado, mesmo achando que tem direito de errar, de cair, de ser boba, de sonhar sempre que for merecedora de sonhos.
Quantas vezes não percebemos o quanto leviana somos...
Estamos sempre com nossa atenção voltado para o ponto oposto ao que estamos. Sempre querendo o que não temos. A velha estória que se repete...
Quando alguém, que nos ama, aponta as nossas qualidades, não as reconhecemos. Achamos que estão exagerando e não damos a importância devida. 
Não nos reconhecemos nos olhos do outro. Talvez por falta de amor-próprio, de solidariedade ao nos olhar diante do espelho. Valorizando nossas lembranças e externando o que de bom aconteceu e colocando, definitivamente, de lado o que nos infelicitou. Aclamar a benção de viver o momento presente, desviando assim, o foco da nossa atenção voltada sempre para o futuro. Para o depois. Para um dia. Para quando algo especial acontecer.
Não precisarei, a partir de agora, que ninguém me anuncie nos classificados de um jornal qualquer. Serei eu minha própria propaganda.
Porque?
Porque eu posso!



segunda-feira, janeiro 10

QUE SAUDADE DO PLAYSTATION!!!



Só quem tem filhos vai me entender!!!
Quando começa o verão e eu olho para o céu e vejo pipa, nossa!! me dá uma dor no coração!
Na hora vem todo o verão passado de volta à minha memória!
Eu odeio pipas. Odeio!
Aí vem esses caras em rede nacional dizendo como é bom as crianças saírem pelas ruas, resgatando as brincadeiras de antigamente. Quem fala isso não tem filhos. Definitivamente!
Eu fico apavorada ao ver meu filho correndo atrás de pipas o dia inteiro, sem cansar. Olhando para este céu, sem nuvens, azul, queimando até a última camada da derme.
Sem falar dos riscos de ser eletrocutado, atropelado ou se meter em outras encrencas, tipo: pular muros das casas dos vizinhos e dar de cara com um pitbull. Ou cair de uma árvore pois teve que subir para desenrolar a rabiola. Das brigas com os outros soltadores porque um tosou sua pipa. Ou porque passou cerol na linha.
Gente, é tanta confusão!
Sem falar da grana que nunca dá...
Toda hora: Mãe, me dá dois reais? Mãe, minha pipa voou, me dá dinheiro? E assim vai, até que , finalmente, chega a noite.
Ufa!
E finalmente posso aquietar meu coração e meus ouvidos. Sim. Meus ouvidos. É uma gritaria o dia todo!
Eles não sabem se brincam, se brigam, se correm, se olham para o sol...
Quem defende essa brincadeira desconhece a paz de um playstation. Que coisa maravilhosa é ver meu filho lá no quarto, ar-condicionado ligado, em segurança!!
Desconhece o fato do mundo ter mudado. Das milhares de antenas parabólicas, dos fios de alta tensão, dos carros que se quintuplicaram, das motos e seus motoboys, que precisam ter seus pescoços inteiros para ganhar o pão de cada dia.
Desconhece também a super lotação dos hospitais públicos. Os planos de saúde também não escapam
Estão todos um caos!
Em fim, deixo aqui meu protesto em rede nacional: Srs. estudiosos, please, deixem nossas crianças brincarem na segurança de seus jogos eletrônicos!
E por favor, parem de falar bobagem!
Eu também quero me distrair no verão. Descansar a minha cabeça e o meu coração!
Lucca, liga aê o playstation, pelo amor de Dadá!!!!

terça-feira, dezembro 21

FELICIDADE AOS PEDAÇOS

 
Olhando pra trás, detendo-me pelos caminhos que trilhei, vejo-me coberta de felicidades.
Umas, ganhei de presente, outras tantas, me foram conquistadas.
Chorei sim. Sofri sim. Debati-me em ondas poderosas em mares profundos, nunca dantes navegados. Mas, saí inteira. Melhorada. Como uma pedra preciosa que precisa ser polida para ter valor.
Vi, algumas vezes, observando da janela, outras tantas vivenciando , que a felicidade é "apenas e tão somente" esses momentos. Que como uma colcha de retalhos ela é feita de pedaços.
Pedaço daquele dia, quando com a cabeça no colo de minha mãe, recebendo aquele carinho, ela me contava as estórias de sua meninice. Das suas travessuras. Lágrimas e sorrisos.
Pedaços de meu primeiro ano escolar, de uniforme de saia pregueada, primeiro caderno onde escreveria minhas primeiras letras.
Pedaços de cada Natal em família, comendo rabanada, onde todos ainda estavam presentes.
Pedaços do primeiro amor. Que doeu. Que sangrou. Que chorou, de tanto que foi bom!
Pedaços das viagens de férias para a praia de Marataízes, da melancia comida aos pedaços, dos cachos de uvas graúdas. Do meu pai.
Pedaços de estórias de casa mal-assombrada que meu irmão me contava, nas noites frias, embaixo das cobertas, para me assustar e querer me esconder do bicho-papão.
Pedaços dos primeiros passos em busca de Deus. Minha catequese. Minha primeira oração.
Pedaços da formatura do colegial. Do time de Handball. Das fugas da escola, para namorar. Das notas boas. Dos Mestres. Do tempo...
Pedaços da Nanna que acreditava que tinha ousadia para sonhar...
Pedaços da Nanna que iria ganhar o mundo.
Pedaços do tempo que o tempo desfragmentou...
Eu ainda costuro a colcha de retalhos da felicidade e assim farei até não ter mais força para reiventar o tempo, e ele então, fatidicamente, der o ultimo suspiro.
Ainda assim terei minhas lembranças!

terça-feira, novembro 16

NOVEMBRO



Medimos o tempo em horas que se foram, esquecendo que o tempo acumulado em nós, não poderá mais
modificar o que vivemos.

Tempo que criamos e que nos transforma no que somos, por dentro e por fora. Nos angustiamos por sua perda e mesmo assim ele continua escorrendo por entre nossos dedos, como um manancial de oportunidades que se vão sem ao menos termos conciência.

Bom seria se pudéssemos parar de contá-lo. Apenas  nos aproveitarmos dele, usá-lo sem medidas e com ele vivermos um caso de amor. Sem parâmetros ou condições.

sexta-feira, outubro 15

MINHA PRIMEIRA PAIXÃO




O ar me faltava toda vez que via aquele menino, que eu achava lindo, embora minhas amigas dessem gargalhadas, moreno, de cabelos desgrenhados e calças jeans surradas, chegar ao colégio.

Meu coração dava saltos ornamentais, sugerindo uma síncope toda vez que ele dirigia os olhos em minha direção, sem me ver. Afinal, eu talvez não fosse o protótipo de "mulher" com quem ele sonhava.

Era magrela demais e tímida igual. E sonhadora. Sempre questionava: Porque será que ele nasceu?

Para me tirar a alma?

Para florescer em mim a primeira decepção amorosa?



Ou simplesmente para que eu percebesse a minha própria existência?

Eu merecia o amor daquele menino, nem tão lindo assim...

Nós (eu, ele e os amigos dele!) sempre pegávamos o mesmo ônibus para ir e voltar da escola e eu sempre me sentava atrás dele. Fazia sempre questão disso...

Ficava com o olhar fixo em sua nuca, em seus cabelos negros e me acalmava. Ele estava sob controle. Dos meus olhos.

Depois de um dia cheio de pensamentos doloridos me acalmava olhando seu perfil plácido. Desligado. Fixado nas imagens que se seguiam diante daqueles olhos, que eu queria tanto que me vissem. O percurso era curto, mas o tempo era longo...

Meu coração passava a bater, novamente, descompassado quando via que estava próximo do seu ponto. E ele desceria rua abaixo. Sumiria de minhas vistas para só renascer na manhã seguinte, onde eu receberia minha alma de volta e já poderia voltar a respirar de novo. 



E você? Qual foi sua primeira paixão?

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