segunda-feira, março 29

A dança do amor

Do mesmo modo que ele chega; terno, amigo, cúmplice, companheiro, ele se vai, por entre nossos dedos, escoando num ritmo lento, que tantas vezes não prestamos atenção.

Ele se vai numa frase dura, dita de qualquer maneira ou numa cena de ciúme infame.

Num olhar que se perdeu ao longe ou nas mãos que já não se alcançam mais e vazias, procuram novos destinos.

No apoio que não veio quando era o que você esperava.

Na data do primeiro encontro esquecida, colocada de lado, como se fosse uma memória inútil.

Nas lembranças dos dias felizes que não contam mais, se perderam no tempo.

No coração que não pulsa mais acelerado, quando o encontro é incerto.

Na emoção de comprar um presente sem data marcada e ficar apenas no desejo.

Não fazer valer à pena!

Não deixar o ritmo dos corpos ter a mesma cadência única e incomparável.

O amor se vai numa fração de segundos!

Quando percebemos, já era!

E não fazemos isso tudo por querer. Não é de caso pensado.

Acontece!

Não prestamos atenção no outro. Não escutamos o que ele tem a dizer. Não percebemos seus olhares perdidos, vagos, quietos, como se não pertencessemos mais ao mundo dantes compartilhado.

E o amor já era...

Ele, definitivamente, foi alegrar outros campos, outras eras.
Foi habitar outros sonhos, de mãos dadas com a vida. Buscar novos parceiros. Permear novos caminhos.

E você fica alí, sofrendo a angústia do fracasso, de não ter conseguido manter o amor cativo aos teus calcanhares enquanto vivia sua vida. Quando não crescia!

Enquanto permitia que teus dias passassem por passar...

Não priorizava seu próprio amor...e nem o amor próprio!
seu jeito de ser...
sua maneira de ver as nuaces da vida que se estendia diantes do seu olhar.

Ninguém é culpado quando o amor se vai. Pelo simples fato de que ninguém suporta uma relação unilateral.

Ele deixa uma porta aberta para o próximo amor, que juramos, que desta vez, será diferente! E sempre é...finalmente!


segunda-feira, março 22

PASSEANDO PELA JANELA...

Quando olho pra trás, pela janela da vida, esfrego o olhar, deixo atentos os ouvidos, levo minhas memórias numa viajem sem arrependimentos. Mesmo porque deles não quero lembrar!
E penso que certos detalhes poderiam ter sidos evitados, outros teria feito diferente. Mesmo assim, com o olhar atento e coração aos pulos, enfrento a mim mesma...
E este enfrentamento é de amor e por amor. Sobre ele. Sobre como afeta a nossa vida. A realidade de meus dias, que foram amplos, claros e cristalinos, como os sonhos que não vivi. Como as frases que foram cortadas antes de amadurecerem.
Devo dizer a mim, porque de certa forma, só a mim interessa, que todas as vezes que deixei de dizer as minhas verdades, que não olhei nos olhos de quem amei e amo, deixei de ser eu mesma, pois o amor é para sempre. Não importa quanto de abrigo damos a ele, quanto acalentamos dentro de nós a ousadia de amar mais ainda.
Este viver que invade cada recôndito do ser, que te obriga a olhar pra dentro de si; que te exige apenas compreensão do amar do outro; que não pode cobrar reciprocidade. Apenas deixar ali e ser recíproco, se puder...
Matar a fome do amor, amando sempre...
Falamos tanto do tempo, transformando-o num inimigo feroz. Devorador de nossas melhores horas e um sarcástico amigo, quando vem a saudade...
Ah!!! Quando vem a saudade... essa dor que não dói, mas que vem tão pequena e se transforma numa chaga imensa com o passar dos minutos, quando o tempo escorre entre os dedos.
E o causador da saudade não chega, não vem, não invade nossa vida, fincando ali apenas sua bandeira e suas pegadas.

É imenso o amor.

E de repente ele chega sorrateiro, pisando de leve, demarcando teu poder transformador...E a gente acorda, ressurgindo das cinzas.
Cicatrizando as antigas feridas, sulcos abertos nas muralhas de nossos medos.
Quantas vezes evitamos a felicidade por medo de que, se a aceitarmos, ficamos dela refém. E não aceitaremos mais contar o tempo sem que ela esteja presente como uma água na colina.
E desta maneira, vamos indo, ao encontro tão esperado!
Sermos absurdamente felizes! Completamente dignos de sermos... felizes!

Diante de todas as dificuldades!
Diante de todos os nãos!
Diante de todas as cicatrizes!

Pois somente assim, estaremos inteiros para sentir o poder latente da vida que grita por si só!

segunda-feira, março 15

A FILA ANDOU!

Com voce eu aprendi a domar minhas emoções!
A não deixar transparecer o brilho do meu olhar, as mãos suadas, o calor d'alma.
Desaprendi o caminho que tracei para ser feliz!

Me avisaram que é melhor só do que mal acompanhada. E descobri que é verdade!

Caminhei sozinha na construção de nossa relação. E hoje te digo: Para mim, voce é passado. Que bom que acabou!

Vou me preparar para grandes novidades. Tirar do baú as memórias. Decorar a vida com mapas e roteiros de viagens. Retomar o tempo que passou, mas que não se perdeu.

Trazer a velha menina suada e cheia de risos que habitara, escondida, as entranhas dos meus sentimentos.
Ligar os sentidos!
Flertar com o desconhecido!
Brincar de ser contente!

Buscar as sementes que germinaram sem que eu tomasse conhecimento.
Cantar em prosas os versos que criei.
Molhar meu jardim...

Me excitar com os toques suaves das ventanias em mim e navegar o mar tão sonhado.

E alí, junto à areia morna, nos braços morenos do luar, escutando os louvores que o vento rescita, amar o amor que desabrochou, enfim!


O Q VOCE QUER?

Eu quero mais sexo. Sexo amoroso e carnal.
Quero dançar e cantar mais.
Quero presenciar mais amanheceres na praia. Ver a lua descer e o sol ressurgir intenso, claro, como a agua desse mar...

Quero viver a vida plenamente. Sem arrependimentos, muito menos renúncias.
Quero gargalhar por causa das piadas, principalmente as que minha irmã, magistralmente, me conta, todas as vezes que nos vemos.
Quero liberar minhas energias que tantas vezes trancafio no sótão da normalidade em que me coloco. Por medo. Por loucura. Por insensatez.

Quero dar uma de doida...
Quero faz-de-conta. Pique-se-esconde, alto, baixo, com mão-na-parede...lembra?
Quero paz na vida e entre os homens.
Quero mais grana, mais gana, menos honrarias.
Quero tanto e tão pouco!

Quero somente o que eu tenho direito. A minha parte do galardão.
Não quero solidão. Quero movimento. Marés altas. Ondas grandes e muitos papos.
Não quero lágrimas. Só as de tanto rir.

Não quero falsos amigos, se é que amigos podem ser falsos...
Não quero jóias. Pensando bem, não as quero de jeito nenhum. Quero eu, me enfeitar!
Não quero tesouros. Quero recordações, cartas, fotos.
Não quero malas. Já bastam os meus medos...

Quero ter opinião própria. Minha visão. Ouvidos de ouvir, como minha mãe já dizia...
Quero ser tantas mulheres que eu conseguir. Uma por dia. Para não cansar quem comigo convive.

Ter várias faces e ser a mesma de sempre!
Quero que conte comigo. E que eu possa contar contigo.
Quero estar aqui. Plenamente inteira à espera de grandes novidades...

E voce, o que quer?

quarta-feira, março 10

DEVAGAR COM O ANDOR...

Ei, vem devagar com o andor que o santo é de barro!

Nada de vir com advertências! O caminho é meu. Eu é quem tenho que trilhá-lo!
Nada de colocar obstáculos por aqui, pois vencerei todos. Nada me impedirá de voar!
Pode ir parando por aí...
Minhas experiências são únicas. São minhas. Só eu poderei experimentá-las!
O sabor do mel ou do fel, só eu saberei.

Nada de vir colocando frases feitas em minha boca...Palavras são palavras, apenas, amenas, pequenas. O que sobra são o que elas deixam inteiras. Poderosas que são, destróem onde caem. E na minha cabeça, nem vem...que não tem!

A dor e a cor dos meus sonhos, só eu poderei distinguir...
E no fim do caminho, da viajante cansada, só os louros das vitórias, para quem aprendeu que a maior de todas as lições sempre foi e será:
A de vencer a si mesma!

QUEM PLANTA VENTOS...

A vida é breve demais! termina num estalo...
Devemos, sim, vivê-la com paixão e entrega, lembrando sempre que a colheita é certa.
Se plantar ventos colherá tempestades!

Pois, então, que plantemos amigos, amores, afetos e flores.
Que possamos conquistar a vida e ter um caso de amor com o tempo!
Trazê-lo para o nosso lado...
Fazer dele nosso aliado.

Deitarmos juntos no verde da esperança e contar as estrelas que ainda faltam brilhar no céu das nossas noites...
Justificar nossos erros e acertos. Porque só acerta quem coleciona tentativas. Só vence, quem dá o primeiro passo. E o último justo somos sempre nós mesmos, caminhando e travando guerras entre o Ser e o ter.

Nos ensinaram, nossos Pais e Mestres, que vale muito mais SER do que TER. E aí vai tantas divagações...
SER leal e justo?
SER humilde e fraterno?
SER filho do amor e cumplice do tempo? ou
TER afeto e senso de justiça?
TER coragem?
TER fé e esperança?

Tais e tantas reflexões!
Num complexo experimentar de emoções, que no fundo só pretende perpetuar nossa memória. A de quem fomos. A do que vivemos. Plena e intensamente, fechando o círculo poderoso do amanhã!

terça-feira, março 9

SÓ UMA PALAVRA...

Só uma palavra me devora... aquela que o meu coração não diz!

Não diz por covardia...
Por receio de não ser compreendida.
A palavra que cala, se perde no silencio singular da hipocrisia.
Se veste de fantasia para mergulhar no nada!

A palavra que não é usada para unir, dissolver nódulos da ignorancia e desvendar a verdade, se perde do que é humanamente esperado por nós, que estamos em busca de paz!

A palavra que vira sussurros e se esconde nos vãos dos não-sei-quem-disse, das inverdades inglórias, que só prejudica, felizmente com o tempo escoa por entre ouvidos surdos, como a água da montanha.

Só uma palavra me devora...aquela que o meu coração não diz. Cala-se. Preparando-se para nada esperar. Somente o vazio que vou construindo com minha covarde mania de estar além. Além do que sonhei alcançar!

VOCE...

Um dia de repente, o susto.
Quem é?
De onde tirou essa sensibilidade?
E me detive por ali, pensando...
Será verdade?
Arrisco um convite? Bem, foi o que fiz.
Arrisquei e me surpreendi com a rápida resposta. E do susto, passei para o entusiasmo com a mesma velocidade.
Adorei tudo.
Comentários.
Depoimentos,
Sensuais, sedutores, inteligentes, versáteis, suspeitos e que, aos poucos, viraram tão reais...
Como os fatos de minha vida!
Que a partir de então...
Coloriram-se num arco-íris vibrante de sons e luzes.
Arrisquei de novo, um “Eu te amo!” que estava preso na garganta, com medo - sempre o medo – de sair mundo a fora, sem medo do efeito em mim.
Foi como se rompesse um dique, represado há tanto tempo e por tantos motivos.
Eu te amo!
Uma frase de efeito?
Nada...
Uma lição de quem não sabia nada de mim. Nem sei ainda se sabe a extensão disso.
Mas, foi.
Como um rompante.
Uma explosão de meus sentimentos.
Se fechasse os olhos veria as cores múltiplas desta expressão.
Eu te amo!
E este amor movimenta meus braços na direção de um abraço teu.
Meus olhos em busca do teu olhar...
Meus passos, em busca dos sonhos...
Minhas orelhas, que esperam sua voz...
Meu viver que parece parado sem você!
Vida nova. Sonho novo.
Uma caminhada sem tréguas... constante em busca da própria recriação.
Só para ser cada vez melhor, para ser só de você.
Para que ser feliz seja apenas uma rotina.
E a crença, em uma felicidade inédita, tomava forma e ensaiava numa nova oportunidade. Para ser. Para estar.
Eu te amo!
E basta a mim amar você. Me tornando um epílogo de sua vida. De seus projetos, habitando assim contigo e por você uma nova era, onde impera o nosso ser.

O meu e o seu viver!

sábado, março 6

MINHA VELHA INFÂNCIA

Minha velha Infância (nem tão velha assim)

Quando eu tinha uns 5 anos, estava de férias em casa de minha irmã Olga, aqui em Vitória.Mas eu morava com meus pais e outros muitos irmãos em Cachoeiro de Itapemirim, minhaterra natal. Em frente a casa de minha irmã, morava uma menina, que já não me recordo o nome e, na véspera de natal (acho que por isso não gosto de natal), ela havia ganho uma boneca linda,que andava e falava “papai e mamãe”.

Eu achava aquilo o máximo!

Era meu sonho de consumo ter uma boneca como aquela.

E não queria mais voltar para casa. Queria só saber da boneca, que ela, minha amiguinha, às vezes , deixava eu brincar. Pegar no colo, ligar e desligar...

E minha mãe, num determinado dia, veio me buscar. Nossa, pra mim foi a morte. Chorei tanto...

E disse que eu não ia de jeito nenhum!

Então, ela, aproveitando-se de minha ingenuidade infantil, deu a última cartada:

- Ah! Você não vai, não? Então eu vou dar a boneca “Amiguinha”, que eu e seu pai compramos pra você, para a filha da vizinha!

Eu, quase morrendo, com o coração aos pulos, gritei:

-Mãeeeee, você comprou minha boneca? Meu Deus, que felicidade! Vamos logo, mãe...Ela deve estar louca de saudade de mim! Vamos, Vamos!

E assim, fomos nós, aboletadas num ônibus, que demorou uma eternidade para percorrer aquelas 4 horas de viagem. Horas intermináveis que me separavam de minha filhinha. A toda hora eu dizia, lá dentro do meu coração: - Calma, filhinha, mamãe já está chegando!

Qual não foi a minha surpresa ao chegar em casa e descobrir que a minha filhinha muito amada, desejada, sonhada, não passava de um “Parapedro” de plástico duro, sem graça, com uma roupa horrível e uma chupeta pior ainda na boca.

Isso não se faz com uma criança. Não se faz com ninguém. Até hoje dói relembrar desta traição de minha mãe. Depois, ficou tudo bem. Brinquei muito com meu boneco de plástico e fui feliz, mesmo assim!

Por isso sou assim, avessa a promessas que não sei se terei condições de cumprir!

DIVULGANDO - História de amor (linda)


Quero viver brincando assim...e de pique-e-se-esconde! hihihi


Meus avós já estavam casados há mais de cinqüenta anos e continuavam jogando um jogo que haviam iniciado quando começaram a namorar.

A regra do jogo era que um tinha que escrever a palavra ‘NEOQEAV’ num lugar inesperado para o outro encontrar e assim quem a encontrasse deveria escrevê-la em outro lugar e assim sucessivamente.

Eles se revezavam deixando ‘NEOQEAV’ escrita por toda a casa, e assim que um a encontrava era sua vez de escondê-la em outro local para o outro achar.
Eles escreviam ‘
NEOQEAV’ com os dedos no açúcar dentro do açucareiro ou no pote de farinha para que o próximo que fosse cozinhar a achasse.

Escreviam na janela embaçada pelo sereno que dava para o pátio onde minha avó nos dava pudim que ela fazia com tanto carinho.

NEOQEAV’ era escrita no vapor deixado no espelho depois de um banho quente, onde a palavra iria reaparecer depois do próximo banho. Uma vez, minha avó até desenrolou um rolo inteiro de papel higiênico para deixar ‘NEOQEAV’ na última folha e enrolou tudo de novo.

Não havia limites para onde ‘NEOQEAV’ pudesse surgir.

Pedacinhos de papel com ‘NEOQEAV’ rabiscado apareciam grudados no volante do carro que eles dividiam.

Os bilhetes eram enfiados dentro dos sapatos e deixados debaixo dos travesseiros.

NEOQEAV’ era escrita com os dedos na poeira sobre as prateleiras e nas cinzas da lareira.

Esta misteriosa palavra tanto fazia parte da casa de meus avós quanto da mobília.

Levou bastante tempo para eu passar a entender e gostar completamente deste jogo que eles jogavam.

Meu ceticismo nunca me deixou acreditar em um único e verdadeiro amor, que possa ser realmente puro e duradouro.

Porém, eu nunca duvidei do amor entre meus avós. Este amor era profundo. Era mais do que um jogo de diversão, era um modo de vida. Seu relacionamento era baseado em devoção e uma afeição apaixonada, igual as quais nem todo mundo tem a sorte de experimentar.

O vovô e a vovó ficavam de mãos dadas sempre que podiam. Roubavam beijos um do outro sempre que se batiam um contra outro naquela cozinha tão pequena. Eles conseguiam terminar a frase incompleta do outro e todo dia resolviam juntos as palavras cruzadas do jornal.

Minha avó cochichava para mim dizendo o quanto meu avô era bonito, como ele havia se tornado um velho bonito e charmoso. Ela se gabava de dizer que sabia como pegar os namorados mais bonitos.

Antes de cada refeição eles davam graças a Deus e bênçãos aos presentes por sermos uma família maravilhosa, para continuarmos sempre unidos e com boa sorte.

Mas uma nuvem escura surgiu na vida de meus avós: minha avó tinha câncer de mama. A doença tinha primeiro aparecido dez anos antes. Como sempre, vovô estava com ela a cada momento. Ele a confortava no quarto amarelo deles, que ele havia pintado dessa cor para que ela ficasse sempre rodeada da luz do sol, mesmo quando ela não tivesse forças para sair.

O câncer agora estava de novo atacando seu corpo. Com a ajuda de uma bengala e a mão firme do meu avô, eles iam à igreja toda manhã. E minha avó foi ficando cada vez mais fraca, até que, finalmente, ela não mais podia sair de casa. Por algum tempo, meu avô resolveu ir à igreja sozinho, orando a Deus para zelar por sua esposa. Então, o que todos nós temíamos aconteceu. Vovó partiu.

NEOQEAV’ foi gravada em amarelo nas fitas cor-de-rosa dos buquês de flores do funeral da vovó. Quando os amigos começaram a ir embora, minhas tias, tios, primos e outras pessoas da família se juntaram e ficaram ao redor da vovó pela última vez. Vovô ficou bem junto do caixão da vovó e, num suspiro bem profundo, começou a cantar para ela. Através de suas lágrimas e pesar, a música surgiu como uma canção de ninar que vinha bem de dentro de seu ser.

Me sentindo muito triste, nunca vou me esquecer daquele momento. Porque eu sabia que mesmo sem ainda poder entender completamente a profundeza daquele amor, eu tinha tido o privilégio de testemunhar a beleza sem igual que aquilo representava.

Aposto que a esta altura você deve estar se perguntando:

Mas o que ‘NEOQEAV’ significa?

Nunca Esqueça O Quanto Eu Amo Você.

DIVULGANDO - Texto Depilação Cavada (comédia)


Não consegui encontrar a autora, se alguém souber seu paradeiro, favor deixar recado após parar de rir!


A PRIMEIRA DEPILAÇÃO

Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve.

Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.

- Oi, queria marcar depilação com a Penélope.
- Vai depilar o quê?

- Virilha.

- Normal ou cavada?

Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.

- Cavada mesmo.
- Amanhã, às... Deixa eu ver...13h?

- Ok. Marcado.

Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.

- Querida, pode deitar.

Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo. De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.

- Quer bem cavada?
_..é... é, isso.

Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.

- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.
- Ah, sim, claro.

Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).

- Pode abrir as pernas.
- Assim?

Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.

- Arreganhada, né?

Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha Virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar. Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural. Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.

- Tudo ótimo. E você?

Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter
aprendido a ser simpática para manter clientes. O processo medieval

continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas

recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.

- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha, bigode não.

- Não, querida, os lábios dela aqui ó.

Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios? Putz, que idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.

- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.

Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.

- Olha, tá ficando linda essa depilação.
- Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.

Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. "Me leva daqui, Deus, me teletransporta". Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.

- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?
-Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.

Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe de arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.

- Vamos ficar de lado agora?
- Hein?

- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.

Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei
esperando novas ordens.

- Segura sua bunda aqui?
- Hein?

- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.

Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:

- Tudo bem, Pê?
- Sim... sonhei de novo com o cu de uma cliente.

DepilacaoCavada_screen3Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá?
Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.

- Vira agora do outro lado.

Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.

- Penélope, empresta um chumaço de algodão?

Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais,
vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.

- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
- Máquina de quê?!

- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.

- Dói?

- Dói nada.

- Tá, passa essa merda...

- Baixa a calcinha, por favor.

Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.

- Prontinha. Posso passar um talco?
- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.

- Tá linda! Pode namorar muito agora.

Namorar...namorar... eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada.

Filha da puta foi a mulher que inventou a "cavadinha".

Autor(a): anônimo(a)

O QUE VOCE QUER DA VIDA?

Eu quero mais sexo. Sexo amoroso e carnal.
Quero dançar e cantar mais.
Quero presenciar mais amanheceres na praia. Ver a lua descer e o sol ressurgir intenso, claro, como a agua desse mar...

Quero viver a vida plenamente. Sem arrependimentos, muito menos renúncias.
Quero gargalhar por causa das piadas, principalmente as que minha irmã, magistralmente, me conta, todas as vezes que nos vemos.
Quero liberar minhas energias que tantas vezes trancafio no sótão da normalidade em que me coloco. Por medo. Por loucura. Por insensatez.

Quero dar uma de doida...

Quero faz-de-conta. Pique-se-esconde, alto, baixo, com mão-na-parede...lembra?
Quero paz na vida e entre os homens.
Quero mais grana, mais gana, menos honrarias.
Quero tanto e tão pouco!

Quero somente o que eu tenho direito. A minha parte do galardão.
Não quero solidão. Quero movimento. Marés altas. Ondas grandes e muitos papos.
Não quero lágrimas. Só as de tanto rir.

Não quero falsos amigos, se é que amigos podem ser falsos...
Não quero jóias. Pensando bem, não as quero de jeito nenhum. Quero eu, me enfeitar!
Não quero tesouros. Quero recordações, cartas, fotos.
Não quero malas. Já bastam os meus medos...

Quero ter opinião própria. Minha visão. Ouvidos de ouvir, como minha mãe já dizia...
Quero ser tantas mulheres que eu conseguir. Uma por dia. Para não cansar quem comigo convive.

Ter várias faces e ser a mesma de sempre!
Quero que conte comigo. E que eu possa contar contigo.
Quero estar aqui. Plenamente inteira à espera de grandes novidades...

E voce, o que quer?

sexta-feira, março 5

CONFORMADA, EU?

Porque tenho que me conformar com a sua expectativa para mim?
Não nasci conformada. Essa é a minha característica mais forte.
Por mais que pensem ao contrário, por mais que eu passe essa imagem.

Eu naõ estou conformada com nada do que eu seja ou pelo que possuo.

Minha busca é diária. Minha luta por mudanças é cotidiana.
Não quero casa, quero movimento.
Quero entra e sai de sentimento.
Quero deter os bons momentos e me livrar do mal, que sempre me persegue.

Quero a liberdade de pintar as minhas asas, sem combinar cores.
Quero ver meus filhos, crescerem e terem seus próprios amores.

Só sou exigente comigo mesma!

Te concedo o direito de ser quem deseja. De estar feliz, mesmo que eu não esteja!

Vivo em guerra comigo mesma.
Tentando mudar, alterar as estratégias. Renovando meu modo de julgar, sem condenar...
As vezes sou fraca, demente, outras tantas pareço um gigante. Com coragem, força e determinação.

Um dia acordo mocinha, pura e casta à procura do meu principe, noutro sou guerreira, promovo lutas, não quero amor, nem dor, nem mel. Quero armas! Quero guerra!

Quero ser faceira e me entregar inteira ao primeiro viajante que souber me ganhar.
Quero céu, sol, luz sobre a minha cabeça.
Quero colo, abraço, alento e um homem que me diga:

- VOCÊ É DOIDA VARRIDA,
DE SANTA NADA TEM.
É PUTA QUANDO LHE CONVÉM!
MAS, É AMADA, É QUERIDA, É TUDO QUE EU ESPERAVA ENCONTRAR EM ALGUÉM!

O AMOR MORREU!

E agora, José? Já dizia o poeta.
O amor morreu...
Depois de milhares tentativas de salvá-lo da doença que é a indiferença, ele se foi...E já foi tarde!
Morreu sim. Mas, levou consigo todo o pecado da agonia, do ciúme,, dos mal-tratos, da insegurança.

Levou também os gritos, as lamúrias, as agressões físicas e morais, as saudades sem sentido, o medo de perder o que já estava perdido.

Depois de tantas lutas para recuperar o viço, o brilho, o tremor das palavras e das mãos, as batidas aceleradas do coração, os arrepios na pele que só desejava seu toque, o gosto gostoso da boca sedenta por beijo, ele se foi...

Não deixou, como eu esperava, nenhuma marca, nem carta, nem lembrança. Apenas alívio e vazio.

Então, D. Afrodite, senhora Deusa do Amor, se houver uma próxima vez, me mande um amor que honre seu nome. Que venha limpo e de roupas novas. Com brilho nos olhos e com certezas, para fazer morada em mim. Que não tenha dúvidas e nem dramas de conciencia, e de preferência, sem passado nem estórias de ex-amor.

Que traga a felicidade que levou emprestada e a vaidade que me roubou, achando que sem a presença dela em minha vida, teria forças contra mim.

Ele, o Amor, se foi e levou tudo de mim...

Tudo o que eu não queria mais!!

Bem, deixe eu preparar seu funeral...Tenho pressa de recomeçar!!

segunda-feira, março 1

JÁ QUE ESTÁ, DEIXA!

Quantas vezes sentenciamos nossa vida com esta frase terrível?

Colocamos nossos desejos, nossas necessidades, muitas vezes vitais, em segundo plano, para que esta sentença sobreviva e nós perecemos.

Por receio de contestar e sermos mal entendidas, mal interpretadas. Sempre o medo.
Não queremos mais aborrecimentos. Encurtamos assim, sem meias palavras, nem palavras inteiras, nossa vontade. Nos deixamos para lá! Podadas e ainda insatisfeitas.

Eu mesma já fiz isso tantas vezes. Vezes demais, creio eu!

Não era o amor planejado. Mas, já que era o que havia no momento...então, deixa!

A roupa não ficou do jeito que eu pedi. Ah! deixa pra lá!

Não foi isso que eu disse. Mas, se entendeu assim, fazer o que, né? Deixa.

E por aí vamos...

Isso se chama preguiça de mostrar a cara. De se colocar. De levantar da cadeira. De apontar o dedo. De dizer o que pensa...

Só porque "acha" que vai perder o seu tempo precisoso tentando explicar o que não interessa para ninguém. Então, se for assim, não interessa mesmo! Nem para voce!

O problema é esse "achismo"...

Para mim, BASTA de ser assim. A vida vai ter que me ouvir. Não vai mais me deixar na mão.

Não foi esse amor que eu pedi. Quero um amor de verdade e meu pedido vai ter que vir nos conformes: Alto, moreno, sensível, especial, com uma leve barriguinha. Vai poder me beijar em público, pode gargalhar bem alto por causa de uma boa piada, pode ser feliz, pode deixar a mulherada babando de inveja de mim. E pode, final e deliciosamente fazer amor como Eros. Só não pode ser chato, ciumento, nem implicante. Não pode também ter muitas outras prioridades. A que não irá me deixar triste, é um futebolzinho aos sábados de manhã, no meu horário, do salão. No mais, a prioridade, sou eu!

O modelo precisa vir como solicitado. E se vier, se eu for, fielmente atendida, a roupa pode deixar para lá!!



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